Introdução
Atualmente, o formato avançado do Yu-Gi-Oh! TCG está aberto - ou seja, o teto de poder dos melhores decks não é tão alto e, além disso, existem muitos decks em condições de competir em alto nível. Para muitos, essa diversidade significa que o formato está saudável, uma vez que, pelo menos em teoria, decks rogue possuem mais chances de vencer, o que deixaria o jogo mais democrático.
Porém, na prática, as coisas não funcionam de uma forma tão simples. Apesar do metagame estar equilibrado, ainda existem jogadas que funcionam como um botão da vitória, sendo capazes de ignorar a interatividade do jogo e proporcionar "interações injustas".
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Assim, apresentarei abaixo 5 interações injustas que considero prejudiciais à saúde do formato atual do Yu-Gi-Oh! TCG.
Interações Injustas do Yu-Gi-Oh! TCG em Setembro de 2023
FTK de Hot Red Dragon Archfiend King Calamity
FTK’s são um problema crônico do Yu-Gi-Oh! TCG desde o início do jogo e, conforme o aumento do powercreep no decorrer dos anos, eles tornaram-se mais refinados para acompanhar o nível dos decks modernos.
Em meados de maio deste ano, o FTK da vez era realizado pelo Superheavy Samurai, mas logo foi cancelado com o banimento do Cyber-Stein na banlist deste mesmo mês. Atualmente, o FTK em questão é realizado pelo Hot Red Dragon Archfiend King Calamity, mas com grande participação do Crimson Dragon (card).
Para fazer o combo, você precisa ter o Crimson Dragon e outro monstro Synchro de nível 12 em campo. Assim, durante o turno do oponente, você ativa o Efeito Rápido do Crimson Dragon e faz a invocação-Synchro do Hot Red Dragon Archfiend King Calamity, que ativa seu efeito no momento de sua invocação e, após resolver, impede o oponente de ativar cards pelo resto daquele turno, praticamente pulando o turno do seu adversário, o que é fatal nos duelos atuais.
Combo de Eradicator Epidemic Virus
Eradicator Epidemic Virus é uma carta bem antiga e, apesar de possuir um efeito de alto impacto, não é um card tão presente no metagame por possuir um custo muito específico. Porém, com a chegada do Labrynth ao jogo, o Eradicator Epidemic Virus se tornou mais relevante no metagame do que nunca. Isto porque, agora, existe um deck capaz de alcançá-lo facilmente através de sua própria engine!
O combo pode ser feito usando Arianna the Labrynth Servant e Welcome Labrynth, por exemplo. Para iniciá-lo, faça a invocação-normal da Arianna the Labrynth Servant e use seu efeito para adicionar a Lady Labrynth of the Silver Castle à sua mão. Em seguida, invoque-a por invocação-especial através de seu próprio efeito. Agora, baixe a Welcome Labrynth e encerre seu turno.
Durante a fase de compra do turno do oponente, ative a Welcome Labrynth (para invocar outra Arianna the Labrynth Servant do seu deck) e em resposta, ative o efeito da Lady Labrynth of the Silver Castle para baixar o Eradicator Epidemic Virus do seu deck em seu campo. Ative o efeito da Arianna the Labrynth Servant recém-invocada para adicionar o Labrynth Cooclock do seu deck à sua mão.
Após este último efeito resolver, ative o Labrynth Cooclock descartando-o de sua mão. Agora, você pode ativar 1 carta armadilha que foi baixada neste turno. Assim, ainda na fase de apoio, ative o efeito do Eradicator Epidemic Virus tributando a Lady Labrynth of the Silver Castle e declarando na maioria das vezes “Spell” (a menos que esteja enfrentando um deck focado em armadilhas ou queira jogar em volta de uma carta armadilha específica).
O combo é muito mais efetivo quando você joga primeiro e quando sabe qual deck está enfrentando. Porém, na maioria das vezes, será um fator determinante para sua vitória, pois mesmo decks que não dependem totalmente de magias costumam usar cards desse tipo após realizar o “side deck” para enfrentar um Labrynth.
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Droll & Lock Bird na resolução
Essa é possivelmente a interação mais controversa da lista, uma vez que divide opiniões. Droll & Lock Bird é uma handtrap de alto impacto que está muito presente no formato atual, apesar de não ser útil contra o Unchained e de não ser a melhor das interações contra Kashtira e Purrely.
Como uma handtrap, seu objetivo é impedir o adversário de completar seu combo para baixar o teto de poder do seu campo final, e são muitos os que defendem a carta usando este argumento. Inclusive, muitos concordam com a ideia de que o Droll & Lock Bird só é bom em formatos “tóxicos”, nos quais os decks adicionam cards de forma abusiva para construir campos opressivos. Particularmente, sempre concordei com essa afirmação. Mas ainda assim acho necessário analisar o contexto atual dessa interação.
Atualmente, os 3 principais decks do formato conseguem lidar com o Droll & Lock Bird muito bem, seja ativando seus efeitos durante a fase de apoio, invocando monstros direto do deck, ou realizando uma única busca no deck durante seu combo padrão. Logo, a razão da popularidade do Droll & Lock Bird são os variados decks tier 2 e até mesmo os rogues, ou seja, os decks melhores estão utilizando o Droll & Lock Bird para “oprimir” os decks que poderiam surpreendê-los, ao mesmo tempo que não são afetados por ele.
Além dos diversos arquétipos completamente desligados pelo Droll & Lock Bird, existem mecânicas que também não funcionam após sofrer com esta interação, como os decks focados na invocação-ritual. Outro ponto importante a se mencionar é que o Droll & Lock Bird vem afetando até mesmo o design de cards, uma vez que alguns arquétipos mais recentes possuem efeitos pensados para jogar em volta dele, como, por exemplo: “Você pode adicionar à sua mão ou enviar para o cemitério 1 card do arquétipo X”.
Assim, acredito que a motivação de “evitar campos opressivos” não está se sustentando, uma vez que o Droll & Lock Bird vem afetando os decks mais frágeis com muito mais intensidade, enquanto os decks tier 1 conseguem combar normalmente mesmo após tomá-lo.
Lock de Knightmare Gryphon
Knightmare Gryphon é mais uma carta antiga que se tornou relevante no formato atual. Apesar do lock já ter sido utilizado por variantes de Live Twin Spright Runick, a jogada só está realmente em alta agora, com a chegada do Unchained ao metagame, e foi muito utilizada pelo Pak em seu último grande título, o YCS São Paulo (3x3) que aconteceu nos dias 02 e 03 de setembro.
Ao usar um lock que exige que os monstros especial-invocados estejam linkados para ativar seus efeitos, você obriga o oponente a ter links em seu extra deck, e, além disso, serem capazes de colocar um deles em campo e continuar combando, algo que até mesmo o próprio Unchained (deck focado em links) tem dificuldade em fazer. Assim, é bastante difícil para a maioria dos decks jogar contra este lock e, na maioria das vezes, só é possível passar por cima dele quando se abre com um out para desligar o Knightmare Gryphon - do contrário, você muito provavelmente perderá essa partida quando o turno voltar para o oponente.
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Para fazer o lock de Knightmare Gryphon, você segue praticamente o combo padrão do Unchained, porém, ao invés de montar um campo com Unchained Soul of Rage e D/D/D Wave High King Caesar, você passa com Muckraker From the Underworld e Knightmare Gryphon, além de uma das armadilhas Unchained.
Dimension Shifter Presente no Metagame
Assim como o Droll & Lock Bird, Dimension Shifter é uma handtrap de alto impacto, e se destaca por seu efeito se prolongar por dois turnos. Porém, diferente do Droll & Lock Bird, não existe uma grande comoção acerca de um possível banimento do “Shifter”, já que o card sempre foi considerado “anti-jogo” por inutilizar o cemitério, que possui grande relevância para a maioria dos decks do Yu-Gi-Oh! TCG “moderno”.
Anteriormente, o “Shifter” só era utilizado por decks irrelevantes no cenário competitivo. Porém, desde o formato Tearlaments, a carta se popularizou como uma alternativa de counterar o deck e, após sua saída do meta, o “Shifter” se manteve no formato, principalmente no Kashtira (que dominou o meta nos últimos meses), mas também em decks como Floowandereeze, Exosister e algumas variantes de Spright.
Além de usá-lo para desligar decks dependentes do cemitério, é possível também desligar algumas outras handtraps, como Effect Veiler e Droll & Lock Bird, por exemplo, que precisam ser enviadas para o cemitério como custo para serem ativadas. Dessa forma, o Dimension Shifter é ao mesmo tempo uma forma de inutilizar mecânicas e de se proteger contra as interações do oponente, retirando a interatividade das matchups.
Assim, acredito que o Dimension Shifter é extremamente prejudicial à saúde do jogo e precisa ser banido/limitado na próxima banlist!
Conclusão
Mas e aí, o que acharam da lista? Acreditam que uma dessas cartas estará na próxima banlist? Responda aqui nos comentários.
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